Hospital Santa Isabel vai reduzir operação da segunda unidade
Funcionários do setor administrativo do hospital na Rua Jaguaribe serão realocados na unidade antiga
Segundo o superintendente da Santa Casa, a taxa de ocupação do Santa Isabel hoje é de 40%
SÃO PAULO – Administrado pela Irmandade da Santa Casa, o Hospital Santa Isabel vai reduzir a operação em sua segunda unidade, a da Rua Jaguaribe, inaugurada em 2010. A partir do dia 28, todos os funcionários do setor administrativo da instituição serão realocados na unidade antiga, da Rua Veridiana.
“É melhor manter um hospital o mais cheio possível do que ter dois operando pela metade”, afirmou o engenheiro José Carlos Villela, superintendente da Santa Casa. De acordo com ele, a taxa de ocupação do Santa Isabel hoje é de 40% – valor consolidado entre as duas unidades. “O ideal é termos 85%, para a operação se viabilizar”, disse.
Villela afirma que não há um plano de fechamento total da unidade Jaguaribe, mas “não posso descartar, a médio prazo”. “É muito difícil prever isso. Mas se um dia a demanda toda couber dentro de uma unidade, não fará mais sentido termos as duas. Por outro lado, pode haver uma recuperação do mercado”, relativizou. Atualmente, segundo ele, os departamentos de exames da instituição estão concentrados na unidade Jaguaribe. “Há andares praticamente ociosos”, admitiu. “É por redução operacional. Se você não usa um quarto de hóspedes de sua casa, é melhor manter as luzes apagadas.”
A unidade Jaguaribe não pertence à Santa Casa. Trata-se de um leasing operacional. “De modo simplificado, é como um aluguel. Mas pagamos pelo prédio todo”, comentou. Ele afirmou que, no momento, não há a possibilidade de que apenas alguns andares sejam devolvidos ou realugados, por exemplo.
Santa Casa. A expectativa da gestão da Santa Casa é que sejam positivas as tratativas para a renegociação das dívidas da instituição, de cerca de R$ 700 milhões. Os bancos devem acenar com a resposta dentro de um mês e meio. De acordo com Vilella, tal rearranjo financeiro dará à Santa Casa um fôlego para voltar a crescer.
“Meu balanço mais atual, ainda em fase de auditoria, indica que a operação ficou no azul em R$ 4 milhões no mês de dezembro”, comemorou. Ele frisou, entretanto, que continua “no vermelho”, já que a dívida mensalmente paga é de R$ 6,5 milhões. “Mas antes, eu perdia R$ 11 milhões na operação e ainda tinha de pagar mais R$ 6,5 milhões de dívida. Agora ganho R$ 4 milhões e pago os mesmos R$ 6,5 milhões. Foi um primeiro passo muito importante”, ressaltou.
Fonte: Estadão Saúde